Ciências da Educação

Dissertações de Mestrado

 

Os museus e centros de ciência como ambientes de aprendizagem

 

Autor: Maria Emília Castro Ribeito
Orientador:
Luís Cesariny Calafate

 

Mestrado em Educação
Supervisão Pedagógica em Ensino das Ciências da Natureza

Universidade do Minho
 

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Os museus e centros de ciência como ambientes de aprendizagem

Resumo

Os Museus e Centros de Ciência interactivos têm sido, nos últimos anos, ponto de referência para a realização de visitas de estudo que os professores já se habituaram a incluir no seu plano anual de actividades. Se, durante muito tempo, estes destinos eram procurados apenas por docentes das áreas disciplinares científicas, actualmente isso já não se verifica dado o carácter “pluridisciplinar e pluritemático” dos mesmos. Deste modo, e tendo em conta a relevância dos referidos espaços, num contexto de ensino-aprendizagem, surge este trabalho que tem como principais objectivos investigar as razões que levam os professores a visitar os Museus e Centros de Ciência interactivos; averiguar o grau de importância que lhes atribuem num processo de ensino-aprendizagem; problematizar a forma como dinamizam as visitas; observar e descrever os comportamentos dos alunos no decorrer de uma visita, averiguar o interesse dos alunos por essas mesmas visitas e, por fim, identificar as estratégias que, esses espaços interactivos, desenvolvem permitindo aos professores promover visitas com sucesso e aos alunos criar o gosto pelas actividades experimentais, despertar o interesse pela ciência e promover a aprendizagem. A investigação realizada envolveu 183 professores de todas as áreas disciplinares, com predominância do 4º Grupo, 612 alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico, de vários pontos do país, 20 monitores, três Centros de Ciência interactivos o Director de um deles e dois responsáveis pelo Serviço Educativo dos restantes. Tendo em vista a prossecução dos objectivos analisaram-se as respostas, dos professores e dos alunos, aos questionários, que incluíam questões de formato diversificado, os itens da grelha de observação de comportamentos, preenchida pelos professores, alunos e monitores e aos responsáveis pelos Centros, bem como, a três monitores, fizeram-se entrevistas semidirigidas, submetidas, posteriormente a uma análise de conteúdo. A análise global dos dados, revelou que os professores procuram os Museus e Centros de Ciência interactivos porque estes “desempenham um papel importante na concretização das aprendizagens”, “estimulam nos visitantes a criatividade”, “desperta a curiosidade” e “aumenta-lhes a motivação”. Os comportamentos dos alunos, no decorrer de uma visita revelaram persistência na interacção com os módulos, motivação, curiosidade e vontade de saber, sociabilização e a importância da presença dos professores no acompanhamento da visita. As competências que aí se desenvolvem estão directamente relacionadas com a “auto-confiança”, “hábitos de pesquisa/investigação”, incentivo ao “trabalho de grupo”, “dinamizam o conhecimento científico”, desenvolvem “habilidades manipulativas”, “destrezas manuais” e “coordenação motora”. Por sua vez, os alunos gostam de visitar os Centros de Ciência interactivos porque “aprendem de forma divertida”, ao “mexer em tudo que está à sua disposição”. Os módulos que mais gostam de interagir não lhes estão subjacentes conteúdos programáticos, de acordo com o nível de ensino que frequentam. O que os atrai é o desafio que os mesmos proporcionam e a sua relação com os fenómenos da realidade. Através da análise de conteúdo das entrevistas foi possível constatar que os objectivos são comuns aos três Centros ou seja, “ proporcionar uma aprendizagem de forma divertida”, “cativar um pouco mais as pessoas para as áreas científicas” e aproximar mais a “sociedade civil” da “sociedade promotora de ciência e tecnologia”. Contemplam dois tipos de exposições, as permanentes e as temporárias e as áreas temáticas estão de acordo com os objectivos com que foram criados. As finalidade do Serviço Educativo, também são comuns e, visam o acompanhamento das crianças durante a visita, “preparar as visitas com os professores”, “promover dias temáticos com actividades para alunos e professores” adaptar as visitas aos diferentes graus de ensino” e dar “o máximo de apoio às outras estruturas de educação”. Relativamente às estratégias utilizadas, “formam pequenos grupos” e “acompanham-nos ao longo das visitas” permitindo “a livre circulação dentro do espaço que está destinado a cada actividade”. Quanto à capacidade do Centro para promover a aprendizagem, todos são peremptórios em afirmar que os “visitantes saem mais enriquecidos ao nível dos saberes que poderão ser, posteriormente, explorados”. Dos três Centros, sobre os quais incidiu o estudo, apenas o Visionarium desenvolve actividades que abrangem uma população que vai desde o 1º Ciclo ao 12º ano de escolaridade. Sobre a intervenção dos professores, a opinião é generalizada, ou seja, são muito poucos os que têm a preocupação de fazer uma preparação prévia da visita para que a mesma decorra com sucesso.

 

Índice
AGRADECIMENTOS
ABSTRACT
RESUMO

ÍNDICE

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

1.2. Contextualização geral da investigação
1.3. Identificação do problema
1.4. Objectivos do estudo
1.5. Importância do estudo
1.6. Limitações do estudo
1.7.Plano geral da dissertação

CAPÍTULO II – REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Introdução

2.2. Dos Museus aos Centros de Ciência

2.2.1. Definição de Museu
2.2.2. Evolução histórica

2.3. Características dos Centros de Ciência

2.4. A aprendizagem em Museus e Centros de Ciência Diferentes teorias e perspectivas

2.4.1. O Construtivismo nos Museus e Centros de Ciência Interactivos

2.4.2. A Teoria de Vygotsky no processo de aprendizagem em Museus e Centros de Ciência Interactivos

2.4.3. As Inteligências Múltiplas

2.5. O papel dos Museus e Centros de Ciência na aprendizagem das ciências

2.5.1. A aprendizagem formal, informal e não formal das ciências

2.6. Os módulos interactivos como potencial de aprendizagem

2.6.1. Os módulos interactivos e a interactividade

2.6.2. Os módulos interactivos e a atractividade

2.7. Factores que influenciam a aprendizagem

2.7.1. A preparação da visita de estudo
2.7.2. As características dos módulos
2.7.3. As ideias prévias dos visitantes
2.7.4. Estratégias de comunicação

2.7.5. A presença dos monitores

2.8. Escola – Museu/Centro de Ciência Interactivo – Que relação
2.9. Resultado de alguns estudos efectuados em Museus e Centros de Ciência Interactivos

2.9.1. Relação existente entre inovação/comportamento exploratório e
inovação/aprendizagem cognitiva nos Museus de Ciência Interactivos

2.9.2. Utilização dos Museus e Centros de Ciência como recursos didácticos
2.9.3. Que relação poderá existir entre a Escola e um Museu de Ciência
2.9.4. Os procedimentos dos alunos e a compreensão de conceitos científicos na interacção alunos-módulos num centro de ciência – uma perspectiva sociológica

2.9.5. As concepções dos professores na relação Escola - Museu de Ciência

CAPÍTULO III – METODOLOGIA

3.1. Introdução

3.2. Descrição do estudo

3.2.1. Caracterização do contexto onde decorre a acção

3.2.1.1. Visionario – Museu de Ciência de Sta Maria da Feira

3.2.1.2. Centro de Ciência Viva de Vila do Conde
3.2.1.3. Pavilhão do Conhecimento – Lisboa

3.3. População e Amostra

3.3.1. Estudo piloto

3.3.2. Estudo principal

3.4. Selecção dos instrumentos de recolha de dados

3.4.1. Construção e uso de instrumentos de investigação

3.4.1.1. Inquérito por entrevista
3.4.1.2. Inquérito por questionário
3.4.1.3. Grelha de observação

3.4.2. Validação dos instrumentos

3.5. Recolha de dados

3. 6. Tratamento e análise de dados

CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1. Introdução

4.2. Análise e discussão dos resultados do questionário aplicado aos professores
4.3. Análise e discussão dos resultados do questionário aplicado aos alunos
4.4. Análise e discussão dos resultados da grelha de observação preenchida pelos monitores dos Centros de Ciência

4.5. Análise e discussão dos resultados das entrevistas aplicadas aos responsáveis
pelos Centros de Ciência seleccionados para o estudo

4.5.1. Centro de Ciência Viva de Vila do Conde

4.5.2. Visionarium de Sta Maria da Feira
4.5.3. Pavilhão do Conhecimento

4.6. Análise e discussão dos resultados das entrevistas aplicadas aos monitores

4.6.1. Centro de Ciência Viva de Vila do Conde

4.6.2. Visionarium de Sta Maria da Feira
4.6.3. Pavilhão do Conhecimento

CAPÍTULO V– CONCLUSÕES, IMPLICAÇÕES E SUGESTÕES

5.1. Introdução
5.2. Conclusões

5.2.1. Conclusões relativas ao questionário aplicado a professores
5.2.2. Conclusões relativas ao questionário aplicado a alunos
5.2.3. Conclusões relativas à entrevista aplicada a directores e responsáveis pelo Serviço Educativo

5.2.4. Conclusões relativas à entrevista aplicada aos monitores

5.3. Implicações na aprendizagem das ciências e na divulgação científica

5.4. Sugestões para futuras investigações

REFERÊNCIAS

ANEXOS

Anexo I- Questionário aplicado a Professores do 2º Ciclo do Ensino Básico
Anexo II – Questionário aplicado a alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico que visitaram o Centro de Ciência Viva de Vila do Conde, o Visionarium de Sta Maria da Feira e o Pavilhão do Conhecimento

Anexo III – Resultados obtidos a partir da Questão 5 da 2ª parte do questionário aplicado aos alunos
Anexo IV – Quadro resumo dos comportamentos, que ocorrem com maior frequência, na opinião dos alunos e, segundo a observação de docentes e monitores durante uma visita a um Centro de Ciência Interactivo
Anexo V – Quadros resumo das entrevistas efectuadas aos responsáveis pelos Centros de Ciência e aos monitores

Anexo VI – Peddy-paper utilizado pelo Visionarium para alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico durante as visitas de estudo
Anexo VII– Correspondência estabelecida com investigadores

 

 

Trabalho completo