Gestão / Administração Dissertações de Mestrado
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Empenhamento organizacional nos trabalhadores temporários
Autor:
Eduardo André da Silva Oliveira
Mestrado em Recursos Humanos
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Resumo O estudo do empenhamento organizacional tem concitado o interesse de académicos e profissionais da gestão de recursos humanos. Segundo Swailes (2000), torna-se difícil encontrar na literatura organizacional dos últimos trinta anos, um tópico que tenha atraído tanta atenção como o empenhamento. Aos práticos, interessa a sua compreensão para instilar e manter uma cultura de empenhamento na organização. Este interesse recrudesce com a flexibilização do mercado de trabalho e consequentemente das relações entre empregadores e empregados. A incerteza que as organizações enfrentam torna difícil, se não impossível, garantir um emprego para toda a vida – algo que anteriormente estava implícito no contrato psicológico entre organizações e colaboradores e que ajudava a fomentar um maior empenhamento por parte destes. Subjugadas aos imperativos da competitividade global, as organizações têm vindo a adoptar novas formas de trabalho. A contratação de trabalhadores temporários é um dos exemplos que concretiza essa estratégia numa óptica de obtenção de vantagem competitiva sobre as organizações que não o fazem. Assim, nas organizações contemporâneas, uma parte considerável da força de trabalho é formada por trabalhadores temporários dispostos a executar um trabalho com base num contrato de duração limitada. Apesar do aumento significativo deste tipo de trabalho, os contributos teóricos para a compreensão das consequências produzidas pelas mudanças da força de trabalho nas atitudes e comportamentos em contexto organizacional, particularmente no empenhamento organizacional têm sido relativamente parcos. O modelo multidimensional de empenhamento organizacional de referência na literatura é o modelo de três componentes apresentado por Meyer e Allen. Assume-se que o empenhamento possui três dimensões - afectiva, normativa e instrumental - qualquer uma delas podendo manifestar-se ao nível organizacional ou outro (a profissão, a unidade, o supervisor…). O trabalho empírico foca o empenhamento organizacional de trabalhadores temporários analisando os seus níveis de empenhamento e a natureza da ligação que mantêm com a empresa de trabalho temporário (ETT) e com o utilizador. A amostra é constituída por 102 trabalhadores temporários da zona norte do país que desempenham funções pouco qualificadas ligadas à produção, à logística e ao sector administrativo. O modelo tridimensional de empenhamento organizacional de Meyer e Allen foi confirmado para a ETT. No vínculo com o utilizador emergiu uma quarta dimensão de natureza afiliativa. O empenhamento instrumental assumiu-se como uma dimensão marcante e característica do vínculo psicológico dos trabalhadores temporários com a ETT e com o utilizador. Não se observaram diferenças estatisticamente significativas entre os níveis de empenhamento face à ETT e face ao utilizador. Estes resultados reforçam a prevalência da natureza do empenhamento organizacional sobre o alvo a que se reporta independentemente do vínculo contratual que une o indivíduo à organização. Enquanto tópico de pesquisa, o empenhamento organizacional ganha redobrada importância em função do novo paradigma vigente nas relações entre os diversos actores organizacionais. Renovados esforços de pesquisa são necessários e urgentes, não só para o aumento da compreensão deste processo, como também para o fornecimento de indicações úteis na (re)construção de práticas de gestão de recursos humanos conducentes à consolidação do empenhamento nas organizações.
Índice
1.1. Pertinência do estudo 2. EMPENHAMENTO ORGANIZACIONAL: O ESTADO DA ARTE
2.1. O conceito de empenhamento
organizacional 2.4.1. Empenhamento organizacional: mais de 3 dimensões? 2.5. Empenhamentos múltiplos 2.6. Antecedentes do empenhamento organizacional
2.6.1. Os modelos de análise 2.7.Consequências do empenhamento organizacional 2.7.1. O empenhamento organizacional e o desempenho
2.7.2. O empenhamento organizacional e o
turnover 3. O NOVO MERCADO DE TRABALHO
3.1. A flexibilidade no mercado de
trabalho
3.3.1. Origem do trabalho temporário 4. DELIMITAÇÃO DO OBJECTO DE ESTUDO E ABORDAGEM METODOLÓGICA
4.1. Objectivos do Estudo 4.3.1. Recolha e tratamento de dados 4.4. Breve Caracterização da Amostra 5. ANÁLISE DOS RESULTADOS 6. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
6.1. Discussão dos Resultados 6.2.1. Implicações e Recomendações 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS
Anexo I – Instrumento de recolha de dados
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