Medicina / Ciências Médicas e da Saúde

Dissertações de Mestrado

 

Patologia afectiva pós-parto em mulheres Angolanas

 

Autor: Nascimento Zage Carifete
Orientador: Manuel Fernandez Esteves

 

Mestrado em Psiquiatria e Saúde Mental

Faculdade de Medicina

Universidade do Porto
 

 

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Patologia afectiva pós-parto em mulheres Angolanas

Resumo

A patologia afectiva no puerpério em geral e a depressão pós-parto em particular, atinge um número considerável de mulheres num período crítico de suas vidas com importantes repercussões sobre a sua saúde e equilíbrio, sobre a sua relação conjugal e sobre o bemestar do recém-nascido. Embora, internacionalmente, a sua prevalência seja estimada em 10-15% das mulheres, entre a quarta e a oitava semana após o parto, este tipo de dados não estão disponíveis para Angola, país em que alguns factores culturais próprios poderão influenciar o seu aparecimento ou curso. No sentido de averiguar esta realidade decidimos estudar uma amostra de mulheres angolanas, no período do puerpério, através da aplicação de escalas de Edinburgh Postnatal Depression Scale (Cox et al., 1987; Santos et al., 1998) e Escala de Mania de Young (modificada) (Young et al., 1978; Vilela e Loureiro, 2000), que nos permitissem identificar os casos em que ocorria aquele tipo de patologia. Obtivemos uma prevalência de 15% de casos de depressão pós-parto nesta amostra. As mulheres assim identificadas apresentavam uma maior percentagem de antecedentes pessoais de depressão, bem como um maior número de episódios depressivos ao longo de suas vidas. Sendo ainda evidente a presença de critérios de risco, já identificados por outros autores. Foi ainda notada, a ocorrência frequente de gravidezes em adolescentes, de gravidezes não desejadas e de complicações obstétricas, fazendo pensar na necessidade de alargamento da intervenção em planeamento familiar e de cuidados obstétricos por todo o País.

 

Índice

Agradecimentos
Resumo/Abstract
Parte I - Patologia afectiva pós-parto

1. Introdução

2. Aspectos históricos da doença mental no puerpério

3. Perturbações psiquiátricas do puerpério

3.1 Tristeza materna (blues pós-parto)
3.2 Depressão pós-parto 

3.2.1 Quadro clínico

3.3. Psicose pós-parto

4. A depressão pós-parto e a criança

4.1 Patologia psiquiátrica pós-parto e a interacção mãe-filho
4.2. Impacto da depressão na criança

5. A depressão pós-parto no homem

6. A depressão pós-parto em contexto cultural
7. A realidade angolana

7.1 Situação geográfica
7.2 População
7.3 Situação económica
7.4 Cobertura sanitária

7.4.1 Cuidados obstétricos

7.4.2 A situação da criança em Angola

8. A prevalência da depressão pós-pato em Portugal

9. Variáveis associados à ocorrência de depressão pós-parto

9.1 Variáveis psicossociais

9.2 Variáveis obstétricas e ginecológicas
9.3 Factores hormonais

10. Diagnóstico diferencial das principais perturbações pós-parto

10.1 Critérios de diagnóstico para a depressão pós-parto
10.2 Critérios de diagnóstico segundo o DSM-IV
10.3 Critérios de diagnóstico segundo a CID-10
10.4 Considerações sobre o prazo temporal para o diagnóstico

11. A importância do diagnóstico e tratamento precoces

12. Escalas de depressão para uso na gravidez

12.1 Métodos de rastreio

13. Tratamento da patologia afectiva pós-parto

13.1 Psicofármacos na gestação e na amamentação

13.1.1 Antidepressores

13.1.2 Estabilizadores de humor e anticonvulsivantes
13.1.3 Antipsicóticos
13.1.4 Benzodiazepinas

13.2 Psicofármacos durante a lactação

13.3 Tratamento hormonal
13.4 Psicoterapia
13.5 Electroconvulsivoterapia (ECT)

14. Prognóstico

15. Prevenção

PARTE II – Contribuição Pessoal

1. Objectivos

1.1 Geral
1.2 Específicos

2. Material e métodos

2.1 Amostra
2.2 Entrevistas
2.3 Técnicas de avaliação
2.4 Instrumentos utilizados

2.4.1 Entrevista semi-estruturada
2.4.2 Edinburgh Postnatal Depression Scale
2.4.3 Escala de Avaliação de Mania (modificada)

2.5 Análise estatística

3. Resultados

3.1 Características sócio-demográficas da amostra
3.2 Gravidez e parto
3.3 Antecedentes pessoais e familiares
3.4 Prevalência de depressão e mania
3.5 Características das mulheres com psicopatologia identificada

4. Discussão dos Resultados

5. Conclusões

6. Bibliografia
7. Anexos
 

 

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